quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Investimento Garantido

Educação Infantil

UM BOM INVESTIMENTO
              Os custos de dar ao adulto uma segunda chance na vida são muito maiores do que o custo de se prover cuidados no tempo adequado à criança, principalmente em seus primeiros anos de vida. O investimento na criança oferece retorno muitas vezes maior em termos de melhor aproveitamento escolar, maior produtividade e comportamentos positivos ao longo da vida. Serviços sociais básicos de saúde e educação, por exemplo, são investimentos preventivos muito mais efetivos e humanos.
            Estudos indicam que os investimentos na criança são mais eficientes e garantem retornos maiores do que qualquer outro investimento público ou privado. Crianças com acesso a boa nutrição, campanhas de imunização, água limpa, saneamento adequado e educação de qualidade estão mais aptas a aproveitar uas oportunidades de educação e de serviços sociais, tornando-se ainda mais saudáveis e capazes de contribuir para o bem-estar de suas comunidades.
         
    É vital oferecer à criança diversos estímulos e bons cuidados em sua primeira infância. Aprender, principalmente nos primeiros anos de vida, é muito mais do que ler ou escrever ou se sentar obedientemente em uma cadeira. Aprender envolve oportunidades de exploração do ambiente, descobertas e a capacidade de se adaptar. E as crianças, principalmente as mais novas, aprendem principalmente com os toques, os sensações e os sentidos. As atividades da criança mesmo as mais simples devem ser continuamente desenvolvidas pelos pais, pelos familiares, pelos profissionais nas creches e suas alternativas, nas pré-escolas, pelos profissionais de saúde, e por todas as pessoas que lidam com meninas e meninos em seus primeiros anos de vida.
        Sem boas experiências de aprendizado em suas casas e em suas comunidades, as perspectivas das crianças na educação formal reduzem-se. A janela de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento não se fecha completamente, mas, depois da vida intrauterina e do nascimento, quanto mais tarde as crianças são estimuladas, mais difíceis são suas chances de recuperar o terreno perdido.

        Quando completam 6 anos de idade, ou seja, ao final da primeira infância, as crianças precisam estar preparadas para fazerem uma transição tranqüila para a escola fundamental, onde os conteúdos do aprendizado continuam a ser construídos sobre as bases do que as crianças aprenderam nos anos anteriores.
       O drama da repetência e da evasão escolar diminui drasticamente quando as crianças freqüentam creches e pré-escolas. E o ensino fundamental é um investimento público possível, uma vez que traz em si enormes oportunidades de envolvimento das famílias e da comunidade .

       Por isso, negar às crianças as melhores oportunidades de participação e aprendizado é negar a elas seus mais básicos direitos e, com certeza, ajuda a perpetuar a pobreza e a exclusão social. Isso explica por que o combate à pobreza deve começar com as crianças.
        Outros estudos apontam para o excelente retorno dos investimentos públicos na primeira infância.
Se no Brasil já são muitos os desafios para a garantia dos direitos à vida, à saúde e ao nome, também é preciso avançar mais no sentido de efetivar o inciso IV do artigo 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente: "É dever do Estado assegurar atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade".

A educação infantil é fundamental para que meninas e meninos sejam estimulados integralmente – física, psicológica, social e emocionalmente –, o que é fundamental para que cresçam bem. Freqüentar ou não serviços de atendimento para crianças de 0 a 3 anos e pré-escolas é determinante para a capacidade de aprendizagem de meninas e meninos.


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