quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Na palma da mão

Um dos momentos que merecem o registro na memória da nossa escola na Semana de Formação Profissional que antecedeu o início das aulas foi a atividade de reflexão em torno do texto de Madalena Freire. Saboreiem este texto maravilhoso que deu origem a uma reflexão muito importante em torno da importância do estabelecimento de uma identidade individual como marca pessoal e ao mesmo tempo a importância da formação de uma identidade coletiva, gerada a partir da integração de um grupo que também possui sua marca característica, própria em relação a outros grupos que seria a consciência da escola como uma unidade, uma equipe, que trabalha unida em torno de uma finalidade, um objetivo maior que é comum a todos.
A CONSTRUÇÃO DO GRUPO
MADALENA FREIRE
      Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos, na constância da rotina e de suas atividades. Um grupo se constrói na organização sistematizada de encaminhamentos, intervenções por parte do educador, para a sistematização do conteúdo em estudo. Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante: da timidez de um, do afobamento do outro; da serenidade de um, da sensatez do outro; da seriedade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro; da mudez de um, da tagarelice do outro; do risco fechado de um, gargalhada debochada do outro; dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro; de lividez do rosto de um, do encarnado do rosto do outro. Um grupo se constrói enfrentando o medo que o diferente,o novo provoca no educando o risco de ousar.
      Um grupo se constrói não na água estagnada do abafamento das explosões, dos conflitos, no medo em causar rupturas. Um grupo se constrói, construindo o vínculo com a autoridade e entre iguais. Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva e do choro, do medo, do ódio, e da felicidade e do prazer.A vida de um grupo tem vários sabores... No processo de construção de um grupo, o educador conta com vários instrumentos que favorecem a interação entre seus elementos e a construção do ciclo com ele. A comida é um deles. É comendo junto que os afetos são simbolizados, expressos, representados socializados. Pois comer junto, também é uma forma de conhecer o outro e a si próprio. A comida é uma atividade altamente socializada num grupo, porque permite a vivencia de um ritual de ofertas. Exercício de generosidade. Espaço onde cada um recebe e oferece ao outro o seu gosto, seu cheiro, sua textura, seu sabor. Momento de cuidados, e atenção. O embelezamento da travessa em que vai o pão, a “forma de coração” do bolo, a renda bordada no prato...Frio ou quente? Que perfume falará de minhas emoções?Doce ou salgado? Todo esse aspecto compõe o ritual de comer junto, que é um dos ingredientes facilitadores da construção do grupo.

      Um grupo se constrói com a ação exigente rigorosa do educador. Jamais com a cumplicidade autocomplacente, com o descompromisso do educador. Um grupo se constrói no trabalho árduo de reflexão de cada participante e do educador.
       No exercício disciplinado de  instrumentos metodológicos que educa-se o prazer de se estar vivendo, conhecendo, sonhando, brincando, gostando, comendo, bebendo, imaginando, criando; e aprendendo juntos, NUM GRUPO.
Dinâmica: Na palma da mão: Cada integrante da equipe recebeu um papel para que desenhasse o contorno das próprias mãos. Em seguida, foram convidados a decorá-los utilizando diferentes materiais, tendo como intuito a apresentação individual a partir desta marca/imagem. No grande grupo, todos apresentaram as suas produções e consequentemente a si próprios, permeando esse momento com histórias de vida, gostos, preferências e desejos individuais. Também falaram de suas intenções e disponibilidades para oi novo ano. A experiência foi muito integradora, interessante e estimulou a interação.

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